Intolerância à lactose

Aumenta cada vez mais o número de pessoas com intolerâncias alimentares, em Portugal, a sociedade portuguesa de gastrenterologia estima que um em cada três Portugueses sofra de intolerância à lactose.

O que é ?

Designa-se por intolerância à lactose, a deficiência de lactase ou, por vezes, incorrectamente, de alergia ao leite e seus derivados, trata-se, de facto, da incapacidade de digerirmos a lactose, o açúcar do leite, que existe neste alimento e nos derivados lácteos. É uma intolerância frequente e, muitas vezes, esquecida.

Causas e sintomas

A lactase é uma enzima produzida pelo nosso organismo, responsável pela digestão da lactose, o açúcar do leite. Trata-se de um dissacárido, composto por duas moléculas de açúcar ligadas entre si, glucose e galactose,e só quando a ligação entre estas duas moléculas é quebrada pela lactase é que se torna possível digerir correctamente a lactose. Se tal não acontecer, a lactose fica por digerir no intestino delgado, originando sintomas como diarreia ou cólicas, gases e distensão abdominal. A sintomatologia varia individualmente e de acordo com a quantidade ingerida, sendo, muitas vezes, ignorada. Há casos em que as pessoas vivem toda a vida sem saber que são intolerantes à lactose, mesmo evidenciando o mal-estar associado à mesma. A ausência ou deficiência de lactase afecta, assim, a nossa capacidade de digerir o leite e seus derivados.

Alergia ou intolerância

Há que diferenciar a alergia ao leite, conhecida como alergia às proteínas do leite de vaca, e intolerância à lactose. São situações distintas. A primeira, como próprio nome indica, é uma reacção alérgica do organismo especificamente às proteínas do leite de vaca, enquanto a intolerância está associada a um défice enzimático. Tendo em conta que a lactose se encontra presente quer no leite materno, no de vaca ou de cabra, entre outros, em diferentes quantidades, a intolerância manifesta-se em todos os tipos de leite, sendo a própria sintomatologia diferente. No caso de alergia, podem surgir sintomas semelhantes aos descritos acima mas também vómitos, diarreia, reacções de urticária, eczema e reacções respiratórias, entre outras. Os sintomas mais graves ocorrem normalmente 30 minutos após a ingestão de leite, mas por vezes podem levar mais tempo a surgir.

Prevenção e tratamento

O tratamento básico consiste em retirar leite e derivados lácteos da alimentação. Acontece que, hoje em dia, a lactose está presente em muitos outros produtos, o que acaba por se revelar um verdadeiro problema. Para além dos óbvios leites - condensado, evaporado, em pó - queijo, natas ou manteiga, também os gelados, produtos de pastelaria, bolachas e biscoitos, sopas instantâneas, bolos e sobremesas, frutas de conserva, enchidos, molhos para saladas, cereais de pequeno almoço, licores cremosos, margarina e maionese, entre outros, podem conter lactose. Já o iogurte contém fermentos que digerem parcialmente a lactose, pelo que geralmente é tolerado na quantidade de um por dia. A lactose está ainda presente como excipiente em inúmeros medicamentos.

Existirão inúmeras pessoas com intolerância à lactose, não diagnosticada que nunca associaram o leite à causa dos respectivos problemas digestivos, recorrendo à toma de medicamentos antiácidos que, no fundo, não resolvem a situação.

Para quem pretende continuar a ingerir leite e derivados poderá optar por fazer uma suplementação em lactase, a, a enzima em falta, permitindo assim uma correcta digestão de lacticínios.

Para além da bebida de soja, considerada um substituto de leite, isenta de lactose, existem já no mercado leites sem lactose, adaptados a quem sofre desta intolerância, inclusive com sabores. No caso de se tratar de um bebé, pode optar por fórmulas para lactentes sem lactose ou dar-lhe bebida de soja, sendo esta última aconselhável unicamente a partir de seis meses/um ano. Aconselhe-se com o pediatra.

Fonte: Revista VidaCeleiro

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