Descafeinado: mau ou bom?

Um café é considerado descafeinado, na União Europeia, quando tem uma percentagem de cafeína inferior a 0,1%. Há vários processos pelos quais esta pode ser extraída, como passar os grãos de café por jatos de vapor a altas temperaturas, e, em seguida, por agentes químicos.

E são estes agentes que contribuem para a ideia de que o descafeinado não tira o sono mas pode ser tóxico - o primeiro método de descafeinação, que já foi abandonado, fazia uso do benzeno para retirar cafeína.

O processo natural, usado hoje por várias marcas, utiliza partículas do próprio café dissolvidas em água. A solução é pobre em cafeína e atrai o componente dos grãos que se quer descafeinar.

No caso da Nespresso, por exemplo, o método utilizado é à base de água sem aditivos químicos ou solventes. «A água dissolve a cafeína sem interferir na intensidade e na variedade de aromas», de acordo com informações prestadas pela marca.

Já a portuguesa Delta lava os grãos com água e um solvente orgânico «amigo do ambiente, para retirar a maior percentagem de cafeína», revela a empresa.

Mas cafeína a menos também pode significar prejuízo para a saúde. Um estudo recente realizado nos Estados Unidos avança que o descafeinado pode potenciar o risco de se ter uma doença cardíaca, pelo aumento dos níveis de colesterol.

Dos cerca de 200 inquiridos que beberam café, descafeinado ou nenhuma destas bebidas, por grupos, constatou-se que os que consumiram descafeinado - acumularam mais 18% de gorduras no sangue, enquanto que nos outros grupos a quantidade de gorduras manteve-se inalterada.

Por outro lado, o nutricionista Nuno Borges, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, admite os benefícios do descafeinado: «Os doentes com pressão arterial elevada ou com insónias podem beneficiar da redução da cafeína na sua dieta». No entanto, lembra também a existência de vários estudos que associam a cafeína a efeitos positivos, como «o sentimento temporário de energia e alerta e até melhorias na memória de curto prazo». O nutricionista recorda que o consumo de cafeína tem sido associado a uma menor incidência das doenças de Alzheimer ou Parkinson.


Fonte: http://sol.sapo.pt/

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