Conhecer o lúpus

O que é o lúpus?

É uma doença crónica inflamatória que afecta as defesas do organismo. Isto significa que a doença, dura toda a vida, é causada por um mau funcionamento imunitário que faz com que o corpo rejeite as suas próprias células. Como o sistema imunitário engloba todo o corpo, os sintomas do lúpus podem aparecer em qualquer órgão. Há dois tipos de lúpus eritematoso sistémico, que pode atacar qualquer órgão, e o lúpus eritematoso cutâneo, que afecta essencialmente a pele.

Quais são os sintomas?

Sendo uma doença auto-imune, podem existir múltiplos sintomas, pois qualquer órgão ou sistema pode ser afectado. Os mais comuns são:

• Pele com manchas e escamosa
• Dores reumáticas por todo o corpo ou só parte dele.
• Alterações a nível do coração, derrames de pericárdio.
• Problemas renais, que podem ser graves.
• Afecções neuro-psiquiátricas.
• Fadiga inexplicável e quase permanente.

A quem afecta?

Afecta maioritariamente o sexo feminino, embora não se deva afirmar que é uma doença de mulheres - em média encontramos 9 doentes do sexo feminino para 1 do sexo masculino, em adultos. Em crianças e jovens, a proporção não é tão nítida.

É uma doença genética e hereditária?

Há estudos genéticos que encontraram alterações em certos genes nos doentes com lúpus - mas ainda é cedo para se tirarem conclusões definitivas.

Como pode ser tratado?

O lúpus continua a ser uma doença crónica, portanto sem cura. Mas a ciência tem feito progressos e há esperança de que, em breve, seja aprovado nos Estados Unidos um medicamento para o lúpus - o que não sucede há 50 anos. Mas atenção: esse medicamento não é uma cura definitiva e não pode ser receitado a todos os doentes. Como se trata duma doença plurifacetada, os doentes têm, geralmente, de tomar vários medicamentos.

Que cuidados devem ter os doentes com lúpus?

Devem ter cuidado com demasiada exposição ao sol, com calor, ter uma alimentação variada e saudável, manterem-se tanto quanto possível activos, não se isolarem, manterem o contacto com os familiares e amigos, evitarem o stress, confiarem e colaborarem com o seu médico.

Fonte: Dra. Rosa Maria Gonçalves, médica e presidente da Associação de Doentes com Lúpus